Quem sou eu

Carioca, Arquiteta e Professora de História da Arte e Arquitetura. Vamos embarcar no mundo das artes, arquitetura e viagens? Embarque Imediato!

domingo, 29 de junho de 2014

Mirante do Sacopã, Parque da Catacumba

    Aproveitando que a cidade está repleta de turistas este post é, na verdade, uma dica de um trilha que garante um visual compensador. Por passar meio despercebido, mesmo para os cariocas, vale o Embarque! Você sabia que o Rio tem um Parque de Esculturas? Embarque aqui!
    Seu nome é Parque Natural Municipal da Catacumba e tem sua história vinculada à remoção da favela que ocupava, na década de 70, o Morro da Catacumba, nas margens da Lagoa Rodrigo de Freitas. Após a remoção da favela, a Prefeitura planejou o reflorestamento (portanto parte da vegetação não é mais a primitiva) e trilhas foram criadas aproveitando alguns caminhos originais. Assim se planejou  um Parque onde esculturas de artistas renomados como Bruno Giorgi, Franz Weissmann, Frans Krajcberg, entre outros, fizessem parte da paisagem local. Ao todo são, aproximadamente, 30 esculturas espalhadas pelo Parque sendo, por isso, o único Parque de Esculturas na Cidade. Na década de 80 foi palco de shows memoráveis. Hoje é uma unidade de preservação ambiental, com atividades ligadas a ecoturismo oferecidas pelo quiosque Lagoa Aventura. 
    Em uma subida íngrime de 400 metros, uma trilha liga o Parque ao Largo do Mirante do Sacopã. Até alcançarmos o topo passamos por praças agradáveis, por várias esculturas e podemos contmplar uma vegetação e  flora diversificadas. Em menos de meia hora, alcançamos o Mirante e o visual é compensador.     De lá podemos avistar a Lagoa, Corcovado e Pedra da Gávea.
    Então, as esculturas em meio ao verde:

 






Até aqui, já valia a visita...Mas, ao alcançarmos o topo, taí o visual compensador:




 
    Esta trilha foi feita bem no início de 2014, quando ainda era possível avistar a tradicional Árvore de Natal lá no meio da Lagoa.
    Gostou do visual? Embarca lá!

segunda-feira, 23 de junho de 2014

FOZ DO IGUAÇU, UMA CONEXÃO PERFEITA

    Foz do Iguaçu não estava nos planos, até que num "ajuste de malha aérea" cujo destino final era Lima, a conexão se tornou obrigatória. E, sem ter como escapar da conexão, então que ela fosse suficiente para uma escapada ao Parque Nacional do Iguaçu. Quer saber? Nem lembrava mais que era uma conexão! Embarque Imediato!
    O Parque fica muito perto do Aeroporto de Foz. Na ida, utilizamos o táxi, pois não sabíamos quanto tempo levaríamos para visitar o parque, mas na volta utilizamos o ônibus local que sai do Parque e tem uma parada no aeroporto. Táxis cobram 20 reais pelo trajeto em cada sentido; ônibus com tarifas de  R$ 2,50. De qualquer maneira, em apenas 15 minutos se alcança o Parque.
     Compramos os ingressos e logo o ônibus do próprio Parque nos leva até o início da trilha principal, tudo muito organizado. Além dessa trilha rumo às impressionantes quedas d´água há outras  secundárias para quem tem mais tempo no Parque, não para uma conexão! Passeios de barcos também são possíveis e tudo é muito explicado no mapa que existe na portaria e nos avisos que ficam sendo dados no interior do ônibus. 
    O Nome Iguaçu do Parque faz referência ao Rio Iguaçu que unido ao Parque Nacional Iguazú, na Argentina, formam uma importante reserva biológica do Centro-Sul da América do Sul, com mais de 600 mil hectares de áreas protegidas e outros 400 mil em florestas ainda primitivas. Sob a direção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), brasileiros e argentinos têm o compromisso compartilhado de preservação do complexo, patrimônio mundial.
    Logo já estamos no acesso principal:


Trilha leve e a natureza vai se fazendo presente:



O barulhinho da água vai ficando cada vez mais presente, a natureza vai se impondo...






    Com tempo, quem sabe um passeio de bote:


E, então, a força da água se revela...e impressiona...




    E assim foi a conexão, numa viagem que ainda não havia nem começado... Embarque Imediato fazendo do limão uma bela limonada! 
    E você? Algum limão que tenha se tornado limonada numa viagem pra contar aqui pra gente? 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Dubrovnik, levanto esta bandeira!

    Dubrovnik não é  fotogênica! Tudo aquilo que vemos desta cidade encantadora e que nos faz pensar num embarque imediato ainda é muito pouco... Nesta cidade, todos os ângulos parecem ter autoridade.
    De longe, avistamos a cidadela beirando o Adriático:



    Dubrovnik foi a última cidade visitada na Croácia, numa viagem que teve início na capital Zagreb, passando pelos Lagos Plitivce e, então, a costa da Dalmácia: Zadar, Split, Trogir, Sibernik. Este roteiro foi feito de carro, retirado em Zagreb e devolvido em Dubrovnik (aqueles que pretendem fazer uma visita a Kotor e Budva na vizinha Montenegro e a Mostar, na Bósnia podem optar em fazer estes passeios com as várias  agências que oferecem excursões diárias a partir de Dubrovnik ou postergar a entrega do carro para depois dessas visitas). As estradas da Croácia são maravilhosas, bem sinalizadas e com pedágios justos que são cobrados de acordo com os trechos percorridos. Mesmo nos trechos que podem causar maiores dúvidas, como por exemplo atravessar a fronteira com a Bósnia, não hesite: vá de carro! Atenção: se você pretende ficar na Bósnia, você precisa de um visto; caso contrário, apenas informe na fronteira que o seu destino final é a Croácia (no nosso caso, Dubrovnik).
    E quanto mais nos aproximamos, mais linda vai se apresentando:



    E o que será que nos espera no interior dessas muralhas?


    Além de caminhar sem maiores compromissos pela rua prinicpal e pelas  ruazinhas estreitas (não só os fãs de Game of Thrones ficam confusos entre fantasia e realidade):





    Um outro bom passeio  é percorrer as muralhas que ao mesmo tempo que guardam a cidadela, também a revela em toda sua intensidade:

Ainda na parte baixa, um dos  acessos às muralhas




    Se o tempo permitir, inclua uma visita à Ilha de Lokrum, que podemos ver ao fundo:


    A gastronomia da cidade, bem como de todo o país, tem influência italiana. Entre muitos lugares charmosos, recomendo o Oliva Gourmet; um lugar que te recebe com a seguinte inscrição:  "uma refeição sem vinho é como um dia sem o brilho do sol" e que tem no cardápio um delicioso risoto de gorgonzola com frango, acompanhado dos surpreendentes vinhos croatas...fora os azeites (um capítulo à parte), os doces etc.





    Como este post foi especialmente pensado para o dia de hoje: início da Copa do Mundo, sendo a Croácia nosso primeiro adversário, gostaria num gesto de reconhecimento e de admiração pelo povo croata de levantar a bandeira, com o coração em verde e amarelo! 




domingo, 1 de junho de 2014

Salvador Dalí, de Figueras para o Rio de Janeiro

     Da representação à imagem!
     Assim poderia, em uma frase, resumir a trajetória fantástica de Salvador Dalí (Figueras, 1904 - 1989) no curso da História da Arte. É isso que podemos acompanhar na exposição que chega ao Rio de Janeiro neste finalzinho de maio - com curadoria de Montse Aguer - um presente para o Rio até 22 de setembro.
    O pintor que automaticamente é associado às imagens absurdas, irracionais - e era essa a intenção de sua arte e de seus contemporâneos - tem, no entanto, uma trajetória coerente e lógica no curso das artes e descobertas de seu tempo. Importante ressaltar que esta mostra chega ao Rio de Janeiro depois de uma retrospectiva do pintor no Centro Pompidou (2012) e no Reina Sofia (2013). A partir disso, a mostra chega ao Rio com uma seleção de 29 pinturas, 72 gravuras e desenhos, 16 fotos e 39 documentos e segue, posteriormente, a São Paulo, onde será exibida no Instituto Tomie Othake, parceiro nas negociações para trazer Dalí ao público brasileiro.
    Embora a mostra priorize a produção de Dali no âmbito que o tornaria mais famoso, os anos 30 e sua produção surreal, é possível acompanhar a ampla atuação e a relação do artista com outros movimentos. Daí, Dalí: da representação à imagem. Até o advento da fotografia, a questão da representação (do mundo real, através da pintura, por exemplo) permnecera inquestionável. A partir daí, a pintura ganharia rumo diferente: em vez de "colar" com o real, o seu rumo foi exatamente o oposto: "descolar" do real...Abstrair, significa "afastar-se de". Abstração significa, em arte, afastar-se "da representação da realidade tal qual ela era" e, então, voltar-se para os aspectos intrínsecos da própria arte, como uma forma de negação ao ilusionismo da representação de, pelo menos, meio milênio. O Impressionismo foi justamente esse divisor de águas entre a representação (e o início desse afastamento), reiterado pelo Cubismo, como clímax de uma nova linguagem que apostava em um novo "funcionamento simbólico'. Falo em funcionamento, pois o Surrealismo vai se desenvolver paralelamente ao movimento racionalista na arquitetura e no desenho industrial, só que em direção oposta. Opostos no campo da consciência e da inconsciência. Do distinto e do indistinto. Sendo a arte não mais uma representação (objetiva da realidade), o inconsciente assume o lugar onde se pensa por imagens. Breton, autor do Manifesto surrealista de 1924, também foi médico psiquiátrico e estudioso de Freud. A experiência onírica torna-se fundamental e a relação arte-inconsciente reforça a ideia de desacreditar a forma (em toda amplitude da representação histórica) a favor de uma nova perspectiva: a poética do inconsciente como meio mais adequado de trazer à superfície os conteúdos profundos do inconsciente, com a menor interferência possível da consciência, para que a transcrição seja automática...Por isso, passamos do Dadá (e de sua "escrita automática") ao Surrealismo! Na mostra, percebemos exatamente este caminho de Dalí:
  Do  Impressionismo: movimento divisor entre a representação e a imagem


    Do Cubismo: aqui, o que realmente importa é como a pintura "funciona" (não mais o que representa)


    E, então, o triunfo da imagem:




    Mas, a mostra ainda tem muito mais. As ilustrações de obras literárias, como Dom Quixote, Alice no País das Maravilhas e o clássico de Hemingway, o Velho e o Mar:


    Os desenhos, que particularmente me encatam:

Hamlet, by Dalí!

    As várias capas de revistas:



    Tem mais! O público pode assistir a 3 filmes:O material jornalístico produzido:  O Cão Andaluz (1929), A idade de Ouro (1930) de Dalí e Buñel, e Quando Fala o Coração (1945), de Alfred Hitchcock, com cenas de sonhos desenhadas pelo pintor. 
    Mais: vários documentos, que incluem convites e capas de mostras realizadas pelo pintor:


    Você vai poder fazer um selfie surrealista, numa montagem da instalação Mae West Room, no andar térreo do CCBB. Dalí realmente estava à frente do seu tempo!
    O prédio do CCBB está com suas janelas que já preparam o clima surreal:


    Parte da coleção exposta veio diretamente do Museu-Casa do pintor em Figueras, que tive a oportunidade de visitar em 2008. Surreal, não? Mundo à fora, não deixe de visitar esta cidade, cujo turismo gira em torno da obra e do Museu de Dalí e fica a apenas 1h de trem de Barcelona e, em Paris, o Espaço Dalí, um simpático museu localizado em Montmartre.

Figueras

Figueras
Tem mais Dalí aqui no Rio:





    Tá achando tudo aqui absurdo? Embarque imediatamente no CCBB, RJ e conte aqui como foi a sua experiência surreal!