Cruzeiro pelas Ilhas Gregas, vale à pena?

    Muitos podem estranhar a pergunta que vem no título desta postagem. "Como assim? Há alguma dúvida?" E de forma bem prática vou responder: depende! Nesse post falarei apenas dos procedimentos operacionais; o que fazer em cada ilha escreverei em outro post, combinado? 

   Bom, foi a primeira vez que optei por fazer um cruzeiro: na verdade,  tinha um (pre)conceito de que poderia ser a maior cafonagem e desorganização. Pensava comigo: piscina coletiva, música alta, gente "animando" para outros dançarem, bebida liberada etc etc. Enfim, parte do cruzeiro é isso mesmo: cafona! Mas, ao contrário do que pensava, você não é obrigada! E pode passar muito bem longe disso tudo e se divertir. A boa surpresa foi a organização: restaurantes, bares, as opções de festas - para todos os gostos - e, principalmente, os procedimentos de desembarque para as ilhas e o devido retorno para o navio; tudo funciona bem. Então, por que a dúvida? Vou contar a minha experiência e aí você decide se vale ou não à pena para você. Depois que fiz, tenho uma certeza: conto no final!

    A empresa escolhida foi uma das mais renomadas que fazem esse roteiro entre a Turquia e a Grécia: a Celestyal Cruises e o navio foi o CELESTYAL OLYMPIA. O embarque em Kusadasi e o desembarque em Pireos, Atenas, foram diretamente nos respectivos portos. Em todas as demais ilhas precisamos desembarcar em lanchas menores, cujas senhas são distribuídas anteriormente. No embarque recebemos um cartão de identificação que será nossa identidade, já que os passaportes ficam retidos e devolvidos somente no desembarque final. Para não fazer o que fiz: na noite anterior ao desembarque precisamos deixar a mala no corredor, em frente à porta da cabine, para que a mesma seja levada para a área de "retirada de bagagem", certo? Pois bem, deixei o meu cartão junto, dentro da mala. Tive que desenrolar, provar que eu era eu e Ufa, saí! 

Embarque em Kusadasi

    O trajeto completo que eles operam é: PIREOS (Atenas), MIKONOS, KUSADASI (Turquia),PATMOS, HERAKLION, SANTORINI e retorna a ATENAS, para começar tudo de novo. Embarcamos na Turquia, em Kusadasi e nosso destino era Atenas. Então, embarcamos pela manhã e às 13 horas o navio zarpava para PATMOS. Nesta primeira Ilha tivemos 4 horas em terra firme. Uma noite navegando e chegamos  à HERAKLION pela manhã do dia seguinte, quando tivemos mais 4 horas para visitar a Ilha. Navegamos no mesmo dia até Santorini e das 16h às 20h mais uma parada. Às 21 horas o navio zarpava e após mais uma noite navegando, chegamos no Porto de Pireos, em Atenas, na manhã do terceiro dia. 
   Ao chegarmos em nossa cabine, no embarque,  já vimos em cima da cama o Caderno de Programação, com tudo explicado. Toda noite a Programação do dia seguinte era deixada na cabine, bem como as instruções para o desembarque, na última noite. Super organizado. 

    Então, as minhas observações:

1. A primeira atividade de natureza praticamente "obrigatória", logo após o embarque,  é uma reunião que ocorre com os representantes das áreas de segurança e de viagens do navio. Para marinheiros de primeira viagem é mesmo imperdível para que você aproveite o máximo e optimize o tempo de visita às ilhas (esse era o meu interesse principal). Você pode escolher que "ala" do navio frequentar para esta reunião: tripulantes de países de língua espanhola ou de países de língua inglesa. Embora parte da população também falasse português (acho que os brazucas lotam!), a divisão era assim. E, nesse momento, além da apresentação do navio que é gigantesco (há um bar no 12º andar com uma super vista!)as agências apresentam as excursões que são vendidas, além das opções de compra dos cartões de bebidas etc. 

2. Sobre as bebidas: taí uma das vantagens - adquirir o pacote de bebidas que pode ou não incluir bebidas alcóolicas. Para o tempo que ficamos (valores de agosto de 2015), o pacote com bebidas alcóolicas custou 43,50 euros e sem álcool 25 euros, por todo o período, com acesso ilimitado em quaisquer dos bares, até 2 horas da manhã. O cardápio é muito variado e, praticamente, tudo incluído. Alguns drinks você precisava pagar uma certa diferença, mesmo possuindo o cartão de bebidas. Não foi preciso, pois são muitas as ofertas. Vale à pena adquirir o pacote de bebidas. Ah, para aqueles que não possuem o cartão de bebidas, durante as principais refeições algumas bebidas como água e alguns refrescos ficam liberados, mas depois eles bloqueiam o acesso. 

3. Sobre as refeições: há, praticamente, 3 tipos de restaurantes. Um mais formal, no qual você escolhe uma entrada, um prato principal e uma sobremesa. Outro mais descontraído, com cara de lanchonete, onde a alimentação é à base de hambúrgueres, cachorro-quente, batata frita etc. E um outro que é um restaurante a quilo. A comida era saborosa (experimentei todos), com muitas opções e, diferente da bebida, sempre all inclusive e funcionavam em determinados horários que sempre eram divulgados na Programação recebida. Além disso, tinha o café da manhã e um lanche à tarde, que nunca vi, pois estava sempre fora do navio, pelas ilhas. 

    

4. Sobre as excursões: vendidas no navio com atrações para cada uma das ilhas custam, em média, 55 euros. Há pacotes que incluem todas as excursões. Escolhi apenas 1 delas, por um motivo óbvio. O Palácio de Knossos, em Heraklión, fica um pouco afastado do porto de onde desembarcamos e uma das estratégias das excursões oferecidas no navio é essa: se você desembarca com eles, além de ter prioridade no desembarque (as primeiras lanchas são reservadas para os tripulantes que saem em excursão) tem a sua volta garantida, mesmo que algum imprevisto ocorra. Assim, a tripulação do navio é avisada e aguarda o retorno do grupo. Se você sai por conta própria e perde a hora de retorno...bye bye, vai ter que arrumar um jeito de alcançar o navio no próximo porto! Para todas as outras ilhas achei tranquilo desembarcar e fazer tudo por conta própria: não tive que nadar até outro porto! 

5. Sobre as festas: a tal festa do capitão (sim, aquela que exige um traje específico etc etc)ocorre na noite em MIKONOS. Para quem me conhece, só pode estar pensando uma coisa: "que sorte! escapei!" Mas, como disse: você não é obrigada! Há outras festas e apresentações culturais: a Festa Grega foi interessante! Aliás com o cartão de bebidas e uma boa conversa você vai ficando mais flexível, não é? rsrs Rolou música eletrônica e tantas outras festas, mas não sei te contar...O bom disso tudo é que realmente nem vi acontecer. Há um bar no 12º andar que tem uma vista bacana e é mais reservado para um papo com amigos. Gostei!

    E aí? Vale à pena? A minha resposta é: depende!

   Sim, se como eu, você vai encarar que é  uma boa escolha de deslocamento entre a Turquia e a Grécia (Atenas)! Praticamente um "hotel navegável", com alimentação e bebidas e, de quebra, a parada em algumas Ilhas com cada visual...Imperdível! Vale para um momento de relaxamento no meio de uma viagem com culturas tão diferenciadas, como a que estava fazendo: Turquia, depois Grécia e por último, Emirados Árabes. 

    Mas, se você quer mesmo conhecer as Ilhas Gregas, a opção não é, em minha opinião, fazer um cruzeiro. Eu não teria tempo nessa viagem de ficar nas ilhas como gostaria; então foi uma opção acertada. Mas, se objetivo for conhecer as Ilhas, não faria o cruzeiro e sim, faria por conta própria, pernoitando nas ilhas mais interessantes e, pasmem: não são essas dos circuitos mais turísticos. Mas, isso é para uma próxima viagem! As ilhas exigem um tempo mais lento para conhecermos cada cantinho e merecemos esse tempo. Quando você começa a entrar no ritmo da ilha, uma conversa com um ou com outro morador local, já era hora de zarpar...

    Para outra Ilha! E que mar!
    E pra você, acha que vale à pena?