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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Palácio Topkapi e o Vilarejo de Eyüp

    Outra visita imperdível em Istambul - mesmo para quem não curte visitas a palácios - é o Topkapi. 
   Este palácio foi construído logo após a tomada de Constantinopla, entre 1459 e 1465, sendo a residência e também a sede do Governo, que lá funcionou até ser transferida para outro palácio, o Dolmabahce, no século XIX. Além de um jardim maravilhoso, o palácio possui 4 pátios imensos, pelos quais os pavilhões se distribuem. O ponto alto da visita é o Harém, que tem entrada paga e separada da visita do Palácio, vale à pena!É muito fácil chegar no Palácio, que fica localizado na região conhecida como Serralho. A estação mais próxima é a do Parque Gulhane e logo você verá que o Museu Arqueológico será a próxima visita. Se você tem pouco tempo, saia na estação seguinte Sirkeci! (Fizemos em dias diferentes, explico o porquê em outro post).
  Então, chegamos pelo Parque Gulhane, bastante arborizado e que nos leva às entrada do Museu Arqueológico e do Topkapi.



 Passamos pelo acesso para o Museu Arqueológico:



 E começamos a visita pelo Topkapi, entrada pela Porta das Saudações:


 Assim, olhando de fora, parece pequeno...Mas é grande e você deve ir com tempo.Levamos uma manhã, mesmo já sabendo o que gostaríamos de ver. Pensando por onde começar...ehehe


  Pelo Harém! Antes das fotos nos locais permitidos, vale uma explicação: a palavra harém vem do árabe e significa "proibido". Era a residência das mulheres concubinas e filhos do sultão, que viviam guardados por escravos negros eunucos. Além dos eunucos, o sultão e seus filhos eram os únicos homens com acesso ao harém, onde havia também uma espécie de prisão - aqui os irmãos do sultão eram confinados, para evitar as disputas pela sucessão. A mãe do sultão - a sultana-mãe - era a mulher mais poderosa do harém e possuía os melhores aposentos. As mulheres do Harém eram escravas e uma das possibilidades de se tornarem a favorita do sultão era tendo um filho, mas a concorrência era grande: no seu auge o harém mantinha mais de 1000 mulheres, que na maioria das vezes não passavam do status de serviçal. As últimas mulheres deixaram o harém por volta de 1910.
    A visita se incia pelo "Hall das Fontes":



e pela "Mesquita dos Eunucos Negros":



    Sim, a padronagem vai nos encantando! Seguimos pelo hall que dá acesso aos aposentos principais. Repara no calçamento...Só tiraria esse lixo daí no alto da foto, né? Enfim, seguimos...



    A passagem das concubinas:


  A Sultana-mãe tinha o seu título validado pelo Sultão e ficava em aposentos reservados:


    Cada detalhe: que tal janelas e portas em madrepérolas? 



    E o que dizer do Hall Imperial?




   Mais alguns "pequenos" detalhes...


    Por fora...


       Seguimos visitando os outros pavilhões. 
  O Divan era uma sala onde os vizires do conselho imperial se reuniam, onde o sultão podia observar sem ser visto.

    Pelos pavilhões estão as exposições de armas e armaduras, miniaturas e manuscritos, tesouros que guardam pedras preciosas etc. Destaque para o pavilhão da Biblioteca.




   Por último as instalações da antiga cozinha, abrigam uma exposição de cerâmicas.



   Se a chegada é pela Porta das Saudações, a saída fica próxima à Porta da Felicidade, cuja fonte de mesmo nome garante em doses generosas...não custa nada, não é? 


 O Museu Arqueológico foi a próxima visita, bem ali ao lado. Já sabendo ser impossível conhecer o vasto acervo do museu, que conta com 5 mil anos de história, distribuído em mais de 20 galerias e 3 ou 4 prédios, fomos direto ao que mais nos interessava. Particularmente, tinha interesse nos azulejos do Portão de Ishtar, Babilônia para juntar o quebra-cabeça: parte desta porta já havia visitado em um dos museus que fica na Ilha dos Museus, em Berlim e, agora, a oportunidade de completar o quebra-cabeça!

Prédio principal do Museu de Arqueologia
Portão de Ishtar, Babilônia

     Um agradável café faz a ligação entre os prédios e pode ser uma boa pedida para uma pausa. 


  Não sei avaliar o Café, pois não paramos...Ainda tinha a ala de arte egípcia:

     Da arte clássica:

   E uma preciosidade: o Tratado de Kadesh - essa tabuleta contém os termos do mais antigo tratado de paz preservado em escrita entre egípcios e hititas de 1269 A.C.Entre as cláusulas há a que garante o retorno de refugiados políticos...Atual, né?


   Depois de percorrer várias, mas não todas as galerias, era hora de entender o porquê da denominação Chifre de Ouro, através da sua melhor vista, que é do bairro Eyüp. 
   E para chegar até lá, pegamos um barco em Eminoru para aproveitar um pouco mais da vista de Istambul pelas águas.


   Eyüp é um vilarejo que atrai muçulmanos de todo o mundo, pois é o local onde está enterrado Eyüpi Ensari, o propagador das palavras de Maomé. É nos arredores da praça que se localiza a Mesquista de Eyüp e onde o vilarejo ganha vida.



    A mesquita estava completamente lotada. No momento em que visitamos, acontecia alguma cerimônia, mas não consegui entender e não achei alguém que pudesse me explicar. Uma pena, pois víamos alguns meninos com trajes especiais...





 






     Depois de um tempo observando a cerimônia, seguimos em direção ao teleférico que nos levaria para a melhor vista do Corno de Ouro.

Entrada do Teleférico
  O vilarejo é muito bem sinalizado. A entrada do teleférico fica a uma curta caminhada da pracinha. Através dele é que se chega ao badalado Pierre Loti Café e você não precisa estar nele para, de fato, ter a melhor vista. Fomos e não gostamos. Aproveita-se muito mais caminhando lá por cima e procurando os melhores ângulos para entender o tal Chifre de Ouro e a geografia da atual Istambul. A História é a seguinte: o Chifre de Ouro é considerado o maior porto natural do mundo, sendo um vale do rio que corre até o Bósforo(por isso podemos navegar tanto pelo Bósforo, quanto pelo Chifre do Ouro). Foi graças a essa navegabilidade que Constantinopla no passado assumiu um importante papel entre o Oriente e o Ocidente. Hoje, os portos do Mar de Mármara são mais utilizados para as grandes embarcações, embora a Ponte de Gálata permita a passagem, se abrindo! Lá de cima, podemos observar a silhueta da cidade e do contorno do Chifre de Ouro.




    Voltamos pela rua principal, onde havia uma feira e, entre outras coisas, a forma como faziam a batata me chamou a atenção:



    Como era verão, no fim do dia ainda havia luz suficiente para navegarmos de volta pelo Chifre de Ouro e até agora ainda não decidi se gosto mais da vista de Istambul de dia ou caindo a noite....



    Desembarcamos já à noite no movimentado porto de Eminoru...